segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Miss Universo 2017: Gordofobia e guerra entre gordas

Na noite de ontem (29), aconteceu o concurso Miss Universo com a apresentação da modelo plus Ashley Graham, que estava simplesmente linda com looks que realçavam suas curvas. Foi realmente uma surpresa muito agradável, me senti representada.
Porém, a Band, selecionou três comentaristas que na verdade deram um show de gordofobia, sim teve gordofobia no Miss Universo e pasmem, não foi com a Ashley não! Foi com a miss Canadá, Siera Bearchell.



Falaram que ela não merecia estar entre as 9 finalistas e que certamente estava ali pra cumprir cota, pois ela não estava dentro do padrão exigido no concurso. Também, no desfile de gala, Siera usou um vestido estilo sereia branco e adivinhem, teve implicância com o modelo e cor do vestido: "poderia ter usado uma cor mais escura", "está parecendo um bolo de casamento".

Ok, é um pouco demais escrever um textão por conta disso. Eu sei que ela não sofre como a gente sofre, a gente sabe que ela não é gorda e que todo esse preconceito não deve estar tão presente pra ela como está pra nós. Mas é necessário falar sobre isso, pois a mulher em geral é tão cobrada, tendo que estar sempre tão perfeita, magra e bem arrumada que chega a ser grotesco a forma que a sociedade idealiza a beleza. Me assusta um pouco.
Fico pensando que na cabeça dessas pessoas, se alguém é mais cheinha que as outras, ela não merece estar numa posição superior, não importa que ela seja mais capacitada, mais inteligente e mais merecedora. No final o que importa mesmo é a aparência, quanto mais magra melhor.

Não tem que ser assim, a nossa luta é justamente essa. Acabar com esses padrões e esse achismo todo de pessoas preconceituosas. Eu queria mesmo que a Ashley estivesse competindo e não só apresentando. Tem que ter gorda sim, pra acabar de vez com esse mi mi mi desse povo.

E gordas que estão revoltadas de outras gordas estarem defendendo a Miss Canadá, PAREM! Tá feio isso aí de ficar dizendo que tem vontade de esfregar a cara de "mina que não é gorda e diz que é" no asfalto. Cadê a igualdade que a gente tanto busca? Isso não tem que virar uma guerra entre magra e gorda e muito menos contra gorda maior e gorda menor. É a diferença que a gente valoriza, não vamos querer padronizar até as plus né?

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