E foi tentando se encontrar que ela se perdeu de vez. Tão invisível quanto a brisa que brinca de dançar com seus cabelos, tão incerta quanto o clima de São Paulo, tão fria quanto a solidão do inverno.
Distante, em outro continente, lá do outro lado do mundo ela foi parar e conheceu o que ela sempre quis ser. Lembrou dos tempos de adolescência e se perguntou o que a fez chegar até aqui, quais escolhas ela deveria ter feito. Não parar com o violão e se dedicar mais as aulas de inglês? Mas a vida é isso, ninguém sabe o que vem pela frente...
Agora seu corpo está em um país e seu coração em outro. Com um oceano de distância entre eles. Será?
Será só pensamento ou realidade? Será ilusão? Ela já esgotou sua cota de respostas, mas insiste, persiste e não desisti. Quer perguntas, mesmo sem respostas, mesmo que incompletas... Vazio. Solidão. Dor de alma.
Ela quis voar e perdeu o chão. Quis ir alto de mais, fundo demais e puff tudo que era tocável desapareceu. Achou que já sabia caminhar em tantas nuvens e não pensou logicamente em como seria visitar o chão. Caiu com a cara no chão, se quebrou. Procurou sarna pra se coçar. Bem feito!
A lua e o sol, ana e o mar, como poderia dar certo? Só nas musicas do Teatro Mágico mesmo...
Pela sua incapacidade de entender, ouviu somente aquilo que pôde, tentou o máximo, mas só o que deu foi um suspiro e algumas meias palavras.
Arrependida? Talvez! Mas como evitar? Como voltar?
O caminho está aí... continue! Diz a si mesma. Quem sabe numa manhã de sábado seu coração volte a bater. Será tarde de mais? Será boba de mais?
Um mês e toda essa confusão, que em anos nunca teve. Ah o amor.... suspira!
Ela esperou, esperou sentada. Acordava no meio da noite, pegava o celular e se certificava de que nada havia mudado, nenhuma mensagem ou ligação.
Com o passar do tempo essas atitudes se tornaram meio que automáticas. Cada alerta no celular era um disparo no coração. Mas o que ela queria nunca chegava. Quando olhou no espelho, notou o quão cansada e esgotada estava, toda essa complicação era inadmissível em sua cabeça, mas quanto realmente somos donos da situação? Um dia após o outro realmente faz esquecer? O tempo cura tudo? Por enquanto nada....
Pra espairecer, costuma dar uma volta de carro, dirigir sem rumo ouvindo James Bay. Para em um local seguro, olha no horizonte e pensa sempre no que poderia ter sido ou acontecido. Fica revivendo cada segundo pra analisar o que fez de errado, mas não encontra nada, nenhuma resposta.
Afinal o amor perfeito é isso, né? Toda essa idealização e aquele pensamento que sempre te faz achar que estaria mais feliz e completa com ele por perto (em partes).
O vento entra pela janela do carro. Ventos são armadilhas, idéias soltas também. Podemos ter sonhos, mas podemos sê-los?
Sofrer de amor nunca foi a intenção. Ela se preocupou demais em não machucar que acabou ferida.
Ela liga o carro, volta pra casa, toma um banho demorado, enxuga as lágrimas e deita, logo pega no sono e de repente escuta um sussurro : -Um beijo na sua testa, depois na sua bochecha da direita, na esquerda e mmmuuuchua finalmente onde interessa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário